em Ferroviários

A minha história é longa

Paulo de Freitas, ferroviário de Três Corações (MG). Foto: Paulo Morais

Museu da Oralidade

Projeto Memória dos Ferroviários Tricordianos

Entrevista: Andressa Iza Gonçalves

Paulinho de Freitas

Nome completo e data de nascimento?
Paulo Lourenço de Freitas, nasci no dia 10 de agosto de 1933, portanto vocẽ faz a conta aí, você é boa de matemática, vou fazer 78 anos.

O pai do senhor foi ferroviário?
Meu pai nunca foi ferroviário, foram meus 5 irmãos, meu pai era carpinteiro, o nome dele era Antônio Pedro de Freitas, morreu com 60 anos de idade, e eu tô com 78, né?

Conversa no trajeto depósito – maria fumaça – estação
Ao longo da ferrovia toda aqui, que nós éramos compreendidos entre Juréia, Cruzeiro, Sapucaí e Barra Mansa e Barra do Piraí, então tudo vinha para cá, consertar relógio, também era reparado aí, só quando tinha reparo total, quando tinha o reparo total ia para Divinóplis, que era a maior oficina, mas os reparos que a gente tratava na época, até os ferroviários tinha muita alcunha, então tratava-se de meia sola, a meia sola, a meia sola era aqui, vinha aqui, era pouca coisa, arrumar um puxavante, arrumar uma caixa de graxa, agora quando era para trocar, limpeza de caldeira, trocar coisas mais internas, isto aí era Divinópolis, ou então a pintura totalmente dito. A pintura fazia em Divinópolis a pintura total, tirava tudo, então ia para Divinópolis que era a maior oficina do estado de minas. Depois foi a maior do Brasil.

Esta Maria Fumaça rodou aqui por muitos anos, puxou trem de passageiro, puxou trem de boi, puxou especial de café, entre aqui Cruzeiro, Soledade, Juréia, Machado, Três Pontas, esta era uma, tinha várias. Aqui no depósito de Tc tinha umas 20 deste tipo, tinha vários tipos. Tinha umas maior, tinha mais possante, outro tipo de locomotiva, e tinha estas menorzinha aí, elas eram reservadas para trabalhar na linha de Juréia, que é a linha nós tratava de linha fraca, os trilhos eram fininhos, era a linha fraca porque as locomotivas mais pesadas trabalhava na linha mais forte que era Três Corações- Cruzeiro, Três Corações – Lavras. Juréia é aqui depois de Varginha, então se passa Varginha, Batista de Melo, Gaspar Lopes, Areado, vai para Harmonia, vai para Movimento, chega em Juréia que cruza com a Mogeana, quase lá perto de Monte Belo. E aí, tinha a outra parte que ia até lá em cima.

Quando o senhor entrou para a ferrovia?

A minha história é quase de 40 anos, é uma história longa, eu entrei para a ferrovia lá na minha terra, que é Bom Retiro, perto de de Itanhandu. Eu trabalhava lá na fazenda do meu pai, num sítio, e quando eu ia para a escola, era uma escola de roça, eu passava na estação e gostava de conversar com o chefe da estação. O chefe da estação deixava que eu entrasse na agência e fosse praticando, aprendi o telégrafo com uma rapidez tremenda.
Quando a Rede Mineira de Viação, abriu vaga, o serviço começou a aumentar, pois uma grade maioria de funcionários da rede, inclusive telegrafista, foram para a guerra, uns morreram e outros ficaram, aí uma grande maioria ganhou promoção, foi promovido a tenente, oficial e ficaram no exército. A rede ficou sem gente, e não é que pegavam qualquer um, mas aquele que tivessem mais ou menos trabalhando, que era o meu caso, eles pegaram até fora da idade, eu era menino ainda. Aí o que aconteceu, me admitiram na ferrovia, mas o meu irmão que trabalhava na ferrovia, que era mais velho, ele foi o meu abonador, vamos colocar no aspecto jurídico, curador, mas na realidade ele era o abonador responsável, então ele ficou como sendo responsável por mim, agora eu trabalhava por aí, por estas estações de roça, por estas estações toda. Ia para Aiuruoca, Cruzília, Caxambu, subia até Carvalho e ia até Bom Jardim, entrava na linha de Sapucaí eu ia em Perdão, Maria da Fé, Jacutinga, Itajubá, Pouco Alegre ia até Sapucai. E aqui nesta linha que a gente tratava de tronco ia até Cruzeiro, até Juréia, eu trabalhei em todas, na época eu era solteiro então solteiro ia. Pousava daqui, dali e depois de um determinado tempo que eu vim para servir o exército, eu precisava servir o exército porque eu precisava do certificado de reservista. Eu vim, mas na intenção de fazer a Escola de Sargento das Armas, que eu queria ser militar, mas realmente eu não fui feliz, porque eu não passei no exame de saúde, porque eu era baixinho, para servir tinha que ter uma altura certa e eu não tinha a altura, aí eu fui dispensado e voltei para a ferrovia. E voltei aqui em Três Corações, já trabalhando por aqui.

O senhor veio em que ano pra TC?
Eu vim para cá em 50, 13 de junho de 1950, Santo Antônio. Cheguei aqui em 1950, e fiquei aqui, já viu quando o, comparando, o cachorro cai do caminhão de mudança, fica sem saber pra onde vai, eu cheguei aqui criança, um frio de matar, pensei isto aqui é o fim do mundo, e eu que não vou atravessar para o lado de lá não, aí arrumei um jeito de ficar por aqui, e não fui para o lado de lá nem pra tomar um café. Eu tive medo de ir e não voltar. Tive medo porque achei a cidade grande, um movimento tremendo, soldado indo pra lá e pra cá. O soldado chegando, o trem chegando, o soldado saindo, o pessoal descendo pra lá, vindo pra cá, muita gente mesmo, era um movimento extraordinário.

E o senhor fazia o que aqui?
Aqui eu trabalhava no telégrafo, e fazia o que nós tratávamos de compositor, mas não é o compositor de música não, isto aqui é a composição, então a gente formava os trens aqui, aqui tinha dez, doze trens aqui por dia, a gente formava o trem para os devidos destinos, para Cruzeiro, para Soledade, para Varginha, para Batista de Melo, para Juréia e para Lavras. Então você precisava saber disto tudo, todos os vagões pelo número, saber para onde ia, e ia formar os trens. Por exemplo formar um trem de carga, só carga para Cruzeiro, quais os carros que você tem que formar. O chefe do movimento que determinava através de telegramas quais os carros ir no primeiro trem então você ia com os guardas e fazia a escolha dos carros que deviam subir, então eu trabalhava aqui e ao mesmo tempo trabalhava no telégrafo, ao mesmo tempo vendia bilhete, a fazia todo o serviço, tudo quanto era serviço eu fazia. Eu ajudava inclusive os guardas na manobra, eu gostava de trabalhar muito.
Depois eu precisava do certificado de reservista, servi como voluntário aqui no quartel, ai eu tirei, aí eu fiquei lá, fui até promovido a cabo, fiquei um tempo com no exército, mas não fiquei desligado daqui, a Rede Mineira de Viação me pagava, aí eu dispensava de receber qualquer coisa do exército, um soldado deve ganhar por exemplo na época que eu servi ganhava 800 reais, não 800 cruzeiros, que valia hoje a 8 reais, né? Era um dinheiro para você comprar alguma coisa na rua, ir no cinema, mas eu dispensei de receber qualquer coisa do exército. Depois eu tive uma oferta para ser promovido a sargento, mas a Rede me chamou também, porque a minha volta estava condicionava a apresentação do certificado de reservista. Aí voltei até aposentar. Eu aposentei como ferroviário federal, terminei meu dia aqui em 1981, no dia 31 de outubro de 1981, aí deixei muita saudade aqui, muita saudade mesmo.

O senhor viajou muito de trem?

Viajava, só tinha este transporte, né. Nós tínhamos um abatimento no transporte, se nós não estávamos de férias, era 75 % da passagem, se nós estávamos de férias, nós tínhamos o passe gratuito, aí tirava o passe gratuito e andava para onde queria. De trem eu fui até Vitória, e aqui na parte da Mogiana, aqui para baixo, eu fui até Poços de Caldas, daqui para o lado de Sapucaí, eu fui até lá no entroncamento de Bauru, eu fui até lá no Central do Brasil, andei na Leopoldina, andei na Paulista, tive em Jundiaí, andei na Paraná-Santa Catarina. Desci até Curitiba, no tempo que a ferrovia era um espetáculo.

O senhor tem muita saudade deste tempo?

Ah , nem fale minha filha, eu te contar é gostoso, nós ficávamos aqui. Imagina você que nós éramos tão amigo do ferrovia que nós tivemos um período que quando eu entrei na Rede, nós estávamos atrasados 6 meses de pagamento, nenhum ferroviário deixava, e nós arrumávamos o prédio onde nós trabalhava material para a ferrovia, lápis, tinta, caneta, papel carbono, barbante, tudo a gente comprava para não deixar que nada ficasse prejudicado. Pagava passagem quando vencia o prazo das férias, trabalhava fora de hora, não fazíamos conta de horário nenhum , isto é todo ferroviário, era domingo nós estávamos trabalhando.

Quantos trem passavam por dia aqui?
Naquela época nós tínhamos dois expressos, expresso da manhã, expresso da noite, e o noturno Belo Horizonte, 3 expressos. Um misto para Jureía, ida e volta, dois, um misto para Cruzeiro, ida e volta, quatro e um misto para Lavras, ida e volta 6, este era de passageiro. O misto é o seguinte tinha 4 ou 5 carros de passageiro e o resto aproveitava com vagão de mercadoria, de carga, agora o expresso não, é só trem de passageiro. Na época de romaria, por exemplo no mês de junho, era época de romaria, aquilo era um espetáculo, ia a Cruzerio, o pessoal da Central já tava comunicado com nós, tinha lá já um trem da rede, então eles saltavam do trem da rede e pegava o trem da Central que ia até Aparecida do Norte, no outro dia já tinha trem em Aparecida, esperando para voltar, já escalado para trazer o pessoal evidentemente até chegar aqui. Quando este povo voltava de Aparecida era outra festa, precisava ver que festa, o pessoal esperando, uma grande maioria não tinha carro, eles esperavam de charrete, esperavam a cavalo, porque era povo aqui, do lado de Carmo da Cachoeira, São Bento, de São Thomé, mas não muito Cambuquira, porque Cambuquira pegava lá também, porque tinha o trem de Cambuquira que pegava aqui na estação de Freitas e ia até são Gonçalo, este é um trem que ia voltava.

Tinha vendedor aqui na estação?
Tinha, vendedores, mas era revista, porque tinha um bar ali, eu esqueci de te falar, ao lado ali tinha um bar, tinha um cidadão que explorava o bar, era café, café com leite, pão com manteiga, biscoito, bolo, etc. Que os passageiros compravam e tinha para dentro, depois vou te mostrar o restaurante, então dava comida ali, prato feito, refeição completa, etc, mas sempre tinha aqui a pensão Palmyra que era qui pertinho então quando não dava lá eles desciam correndo e almoçava por aqui. Então era bem, tinha bem condições de comprar, e quando as vezes tinha um intervalo maior por questão de atraso, porque as vezes atrasava, então a gente autorizava para eles, passava pra eles os horários certinhos, eles iam pro centro passear, na cidade e voltavam na hora certinha para embarcar.

Como era o serviço que telegrafista?

O telégrafo na época, inda existe o telégrafo, mas não existe mais o morse, o morse, é uma pena que levaram todos os aparelhos daqui, em Lavras tem, lá no museu de Lavras, acho que tem um telégrafo na Casa de Cultura. Você vê a diferença de um rádio seu, de um celular seu, e um telégrafo era deste tamanho, então o telégrafo é o seguinte, ele funcionava com uma especie de um reservatório de bateria, não era bateria, vamos dizer assim corda, você dava corda para correr uma fita que saia, não escrita, saia era pingo e letra, mas quem usava este tipo de bateria, de pingo e letra, usava só o ouvido, transmitia e recebia pelo som, tinha 3 sons, tinha o som da pena, tinha o som da pena redonda que batia, que era uma rodinha, a pena é uma rodinha e batia o pingo e linha com aquela rodinha, vc imagina e era uma roda mesmo, e tinha o som da pena que ela batia num dispositivo aqui que passava a fita por baixo, e ela batia aqui assim. Tinha o som do estilete que era o que dava o som logo em cima e tinha o som da bússola, nós tinha também. Quando você não queria que fizesse barulho você desligava tudo, desatarraxava, e só olhava pela bússola, trabalhava pela bússola, depois quando veio o rádio, aí nós trabalhava pela luz, mais você trabalhava pela bússola para ninguém escutar, se era recomendado, que vinha uma recomendação que ia sair um telegrama que era sigiloso, então você tirava o som e tirava ele só pela bússola.

A rede disponibilizava este serviço a população?
Não ela só oferecia este serviço aonde os correios e telégrafos não tinham este serviço, então nós fazíamos este serviço. Por exemplo Flora não tinha os correios, o telégrafo, Carneiro de Rezende não tinha o telégrafo, Cota, São Thome não tinha o telégrafo, e outras estações mais longe, nós fazíamos este serviço, então o correio trazia para nós e nós transmitia para ele, tinha um intercâmbio neste sentido.

Quais eram as estações daqui de Três Corações?

As estações nossas aqui pertinho era Flora, 12 , 13 km, Carneiro de Resende, 12 km pro lado aqui de Lavras, Cota, aqui pro lado de cá, Cota era 20 km, mais perto ainda tava São Thomé, 35 km, depois Campo Limpo, adiante de Carneiro Resende, depois ia a Salto, depois ia a Carmo da Cachoeira, Servo, Faria, Rosa, Costa Pinto e chegava em Lavras. E aqui você ia pra Flora, Juriti, a segunda estação, aí depois mais pra frente chegava em Varginha, saia de Varginha, você subia, que era um pouco de subida, uma serrinha, desce a serra, do alto desta serra para o outro lado um lugar chamava Garoa, depois descia Batista de Melo, e ia lá em baixo na curva do rio, era Nogueira, Espera, chegava em espera você saia pra ir a Três Pontas, e seguia pra ir a Pontalete, Jovino de Brito, Fama, Gaspar Lopes, tem fazia o entrocamento para Machado, depois você ia para Areada, ia para Harmonia, ia para Engenheiro Trombosque, Jureia, mas isto era 300 km.

Das estações daqui, existe alguma coisa?
Existe uma tristeza, se você olhar a estação de Cota, dá uma tristeza, dá vontade de chorar. Tá lá coitada, morrendo. Agora o São Thomé você precisa ver estação de São Thomé que beleza, carimbo também, mas ela é construída de pinho de riga, aquela madeira rica, aquela madeira que na realidade é a madeira que…. aqui tava cheio dela, roubaram tudo, acabaram com ela, aqui você vê que tem o sinal de uma vala, que ia até o canto do muro, aqui nós colocávamos os vagões para olhar por baixo dele e ver o que tinha, trocar sapata de freio Aqui era um movimento danado. Aqui na oficina aqui tinha, contando com as senhoras do , tinha umas senhoras que trabalhavam no escritório, o chefe, os encarregados, tinha mais de 60 pessoas, trabalhava aqui, maquinista, todo mundo que fazia parte da oficina, porque aqui era a oficina. Quando apitava aqui às 11 horas para o povo ir almoçar, a rua da Cotia ficava azuladinha, porque nós trabalhava com um uniforme azul. Então era uma beleza!

Quando o senhor percebeu que a ferrovia estava entrando em decadência?
A ferrovia entrou em decadência justamente foi quando asfaltou a Fernão Dias. Quando começou a rasgar a Fernão Dias, como se diz na gíria, que a Fernão Dias começou a usar, cheia de barro, daquele jeito mesmo que o pessoal começou a usar, aí ela já começou, aí começaram a dar preferência pros lado de lá. Na realidade nosso meio de transporte era seguro, nosso trasnsporte era responsável, mas era lento. Já começava a ficar lento para a nossa vida. Então eu tava vendo hoje, o Aécio foi no Rio, depois foi a outro lugar, depois outro e depois ainda voltou no Rio,e fez tudo que você tinha que fazer, e para se ter uma ideia, ir de TC a Cruzeiro, você levava 6 horas, se corresse tudo bonitinho, e corria tudo bem. Então saia daqui horas, chegava lá meio dia, meio dia e pouquinho. Daqui a Cruzeiro dá 170 km.

Algum acontecimento que te marcou na ferrovia?
Comigo não, não presenciei. Teve a explosão do vagão, esta explosão do vagão eu não estava aqui mas ela acabou com tudo. Acabou com a estação lá , acabou com a cidade, quebrou muito coisa. Era um vagão metálico que tava lotado com explosivos, para o quartel, gasolina, querosene, pólvora, bala, estopa, era explosivo, totalmente explosivos. Eu não sei porque razão este carro veio de Cruzeiro, ele chegou aí e encostou este carro aí, quando deu 2 horas da tarde ele pegou fogo, ninguém pôs, e o carro pegou fogo. O calor porque ele era metálico, o calor dele passou pra dentro, o certo é que pegou fogo, o certo é que o vagão acabou, o certo é que a locomotiva que puseram, puseram atrás dele para segurar, ela também acabou. E só houve uma morte, imprudência do guarda freios que tava lá, porque a coisa pegou fogo aqui, tava arrebentado tudo, era pedaço de ferro que voava e levantado um poeirão louco aí, no que ele pega e vai atravessar, ele foi infeliz, um pedaço de ferro pegou ele e foi um tombo, morreu na hora, na linha ali. Este foi o acontecimento que houve aqui, e eu não presenciei.

Qual sua mensagem final?
A mensagem que eu deixo é o seguinte eu lamento não poder fazer mais nada, pra que a gente pudesse recobrar ou reconstruir ou renovador alguma coisa, mesmo porque, minha filha, o material existente aqui é um material muito bom, olha bem este prédio aqui, ele está acabando justamente porque não teve a conservação, porque se tivesse a conservação estas telhas não tinham caído, consequentemente isto não apodrecia, e consequentemente pessoas menos desavisadas não viriam aqui pra quebrar, porque quem levou estas portas, ele veio para quebrar, ele não veio tirar com cuidado, desparafusar, da maneira que ele chegou ele arrancou isto, arrebentou, e levou o material.

Hoje eu sou advogado, tenho cursos superiores, administração de empresas e ciência contábeis, fiz um monte que cursos, de sociologia, cursos de comunicação, mas eu ponho nos meus documentos, profissão: ferroviário aposentado, porque na realidade, eu falo isto com muito orgulho, se seu sou o que sou foi a ferrovia que me fez.

Seu Paulinho de Freitas faleceu em abril de 2021. Fica aqui nossa homenagem. Sentimentos para toda a família.

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